Sobre o Ideal
de
Niemeyer
sobre a
Arquitetura
"De um traço nasce a arquitetura. E quando ele é bonito e cria surpresa, ela pode atingir, sendo bem conduzida, o nível superior de uma obra de arte."
"É claro que esse momento de inspiração surge somente quando uma idéia se impõe como raiz de uma solução procurada. Teve-o Le Corbusier quando criou o grande arco no projeto Centrosoyus de Moscou; Picasso, desenhando os croquis de Guernica; Einstein, a teoria da relatividade e Manuel Bandeira ao terminar de forma tão bonita seu verso sobre a morte - "Encontrará lavrado o campo, a casa limpa, a mesa posta, com cada coisa no seu lugar."
"Quando uma forma cria beleza tem na beleza sua própria justificativa."
"A monumentalidade nunca me atemoriza quando um tema mais forte a justifica. Afinal, o que ficou da arquitetura foram as obras monumentais, as que marcam o tempo e a evolução da técnica. As que, justas ou não sob o ponto de vista social, ainda nos comovem. É a beleza a se impor na sensibilidade do homem."
Sobre
O
Museu de Arte Contemporânea
De
Niterói
Quem visita a praça de 2.500 m² onde fica o Museu de Arte Contemporânea de Niterói admira uma obra onde a técnica dá expressivo suporte à arte.Foram necessários cinco anos para erguer a estrutura de quatro pavimentos, com 300 operários se revezando em três turnos. Para tanto, foram retiradas 5.500 toneladas de material em escavações e consumidos 3.200.000 m³ de concreto, quantidade suficiente para levantar um prédio de 10 pavimentos.
O MAC de Niterói foi concebido e construído em meio às discussões e revisões pelas quais passa a produção arquitetônica nesta virada de século. Em paralelo às tendências atuais da produção arquitetônica, que não apenas defendem o pluralismo, como também a revisão do Moderno, Niemeyer mantém o discurso na defesa da simplicidade das formas em seus projetos. Adotando o predomínio da linha horizontal e fazendo da estrutura em concreto a própria forma do prédio (o exosqueleto), ao mesmo tempo em que solta o seu volume do terreno, levemente apoiado em pilar único, o arquiteto cria a relação de continuidade da praça com a paisagem e o mar. A forma circular do Museu, aliada aos grandes vãos, conduziu-o a uma solução estrutural essencialmente radial, dividida em seis setores, em conformidade com o projeto de arquitetura. Tal solução pode ser a lição aprimorada daquilo que Le Corbusier expressou no protótipo da “Maison Domino”, ou seja,“a ênfase na horizontal, interpenetração do dentro e fora, criando-se os meios para a fachada livre”. O plano livre destruiu a fachada fixa, liberando a arquitetura moderna de tal preocupação. Em lugar de confinar as obras de arte às tradicionais quatro paredes, Niemeyer adotou, em parte, uma solução aberta, onde o entorno participa do espetáculo oferecido ao visitante. A TRANSPARÊNCIA DA VARANDA Uma das características que tem norteado o vocabulário arquitetônico contemporâneo é a aplicação de materiais que, por suas capacidades de permitir a passagem de raios luminosos visíveis, fortalecem (ou facilitam) o diálogo dentro/fora. Ao dispor a varanda como espaço que envolve todo o salão hexagonal de exposições, Niemeyer trabalha a atuação da paisagem circundante; além de transferir a função de mirante para aquele lugar, também provoca a invasão da paisagem da baía – e toda a sua qualidade sedutora – ao seu interior, num processo de museificação dos objetos operantes no entorno do edifício. Tal relação, ao contrário do que poderia ocorrer nos espaços expositivos tradicionais, tem provocado inúmeros artistas frente aos embates promovidos pelas discussões que permeiam o processo realizador da arte contemporânea. Acompanhando a montagem do trabalho de um artista, na varanda, em 1998, ouvi sua reclamação: “É uma disputa desigual desta arquitetura com o nosso trabalho! Como é possível competir com esta paisagem, assim escancaradamente invadindo esta varanda?!” Naquele instante foi possível a percepção de uma outra relação da arte com a arquitetura. A obra passa a ter um referencial, um pano de fundo, uma cena, uma nova profundidade concomitante com a paisagem como obra de arte museificada. No MAC, não como paisagens estaticamente emolduradas, mas como imagens impressas nos setenta fotogramas que circundam a varanda, produzindo o movimento pleonástico do cinema. Linguagem esta tão utilizada nas construções plásticas da arte contemporânea. Outra obra, também criada para aquela arquitetura, estava lá na varanda. Eram centenas de sentinelas com seus olhares voltados para o infinito da saída da baía, e que talvez poderiam estar cruzando com outros, partindo das imensas janelas do MAM. O PERCURSO A geometria das áreas expositivas, antecedida pelas curvas da rampa, leva o visitante a um percurso circular, numa caminhada que se inicia no portão da praça, apresentando vários pontos de vistas através das disposições dos elementos arquitetônicos. A arquitetura do MAC, utilizando o conceito de “promenade architectonique”, desde a sinuosa ascensão pela rampa, circulando num sentido – de modo inconsciente – anti-horário pela varanda, fazendo uma interseção pela escada helicoidal que leva ao segundo piso, agora tomando a direção naturalmente horária, sugere ao visitante a sensação espacial de infinito.
“Não desejava um museu envidraçado, mas com o grande salão de exposições cercado de paredes retas, circulado por uma galeria que o protegesse e permitisse aos visitantes nos momentos de pausa apreciar a vista extraordinária.”Oscar Niemeyer
Fontes: http://www.macniteroi.com.br/?op=arquitetura http://www.niemeyer.org.br/0scarNiemeyer/ideias.htm
Musica
04-PEOPLE ARE STRANGE
Reunião dos trabalhos feitos pelo aluno de Arquitetura e Urbanismo da UFMG 1º periodo André Gazzinelli e Silva para as materias de informatica e plastica.
segunda-feira, 3 de março de 2008
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